Agrupamento de Escolas do Cerco

Visite o novo site do Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto:

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Caraterização e localização

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Localização (Sede)

Rua Nossa Senhora do Calvário

4300 - 357

Campanhã

Porto

Contatos


 

O Agrupamento de Escolas do Cerco está situado na zona oriental da Cidade do Porto, freguesia de Campanhã. A freguesia de Campanhã localiza-se no extremo oriental do concelho do Porto. É delimitada a sul pelo rio Douro, a este e a nordeste pelo município de Gondomar, e a oeste, pelas freguesias de Bonfim e Paranhos, com uma área de 8,13 km2, que é a morada, segundo os Censos de 2011, de 32.652 pessoas (a terceira freguesia mais populosa do concelho5, com 14 bairros sociais). De acordo com os dados do Censos de 2011, residem em Campanhã 12995 famílias clássicas6 (os dados de 2001, apontavam para 13 786) e 18 famílias institucionais7 (os dados de 2001, apontavam para 13).

Em 1994, sensivelmente há 20 anos, Campanhã em geral, e o Vale e Campanhã, em particular, era vista pela autarquia como:

- uma das zonas urbanas mais desfavorecidas quer da cidade quer da Área Metropolitana do Porto;

- zona periférica pautada por uma forte degradação sócio urbanística e ecológica;

- zona de declínio industrial;

- zona onde existem reminiscências de uma agricultura de subsistência feita de forma informal e desordenada; zona possuidora de uma estrutura demográfica relativamente jovem face ao cômputo geral;

- zona caracterizada por uma forte desintegração dos ativos residentes do  mercado de trabalho;

- zona afetada por programas consecutivos de realojamento, sem articulação com políticas urbanas mais globais o que a tem transformado em «zona-depósito» de Bairros sociais e de problemas sociais;

- zona de forte concentração espacial de pessoas carenciadas o que se traduz em efeitos perversos ao nível da produção e da reprodução de determinados problemas sociais, de que são exemplo, certos comportamentos desviantes;

- zona onde as populações (nomeadamente oriundas de bairros) se vão afirmando pela negativa, acentuando estigmas sociais; inadaptação à escola e dificuldades de integração laboral da população juvenil8.

Vinte anos volvidos e a caracterização da zona é idêntica. Nesta freguesia, como em todo o território nacional, verifica-se uma tendência para o envelhecimento da população. No entanto, no que se refere aos bairros sociais da freguesia, a tendência é a inversa. De uma forma geral, a população residente nos bairros municipais de Campanhã é mais jovem do que a média da freguesia e do concelho. Relativamente à escolaridade, podemos constatar baixos níveis de escolaridade da população residente na freguesia de Campanhã, o que se acentua ainda mais nos Bairros de Habitação Social / Camarária do território: perto de 20% da população não tem qualquer grau de escolaridade, cerca de 30% tem o 1º ciclo do ensino básico, e menos de 10% atinge o 3º ciclo de escolaridade (Censos, 2001). Segundo dados dos Censos (INE, 2001), a taxa de desemprego na freguesia de Campanhã é de 13,7% (a maior do Concelho do Porto), sendo significativamente mais alta que a taxa nacional (6,7%). No que se refere à população residente nos bairros municipais de Campanhã, este valor é ainda mais alto e preocupante - 30,3% (Estudo Socioeconómico da Habitação Social, CMP, 2001).

A freguesia de Campanhã concentra o maior número de Bairros Sociais e Camarários da Cidade - Cerco, Falcão, Lagarteiro, Pego Negro, Machado Vaz, S. Roque, S. João de Deus, Antas, Contumil, Monte da Bela e Ilhéu. Note-se, ainda, que os realojamentos de outros Bairros da cidade são feitos nesta zona (ie.: Bairro do Aleixo).
Nesta freguesia coabita um grande número de indivíduos da comunidade cigana, oriundos do bairro de S. João de Deus e outros, que, anualmente, são integrados nas escolas pelo facto de terem sido realojados no Bairro do Cerco.

Paula Guerra, socióloga e docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, apresentou no "V Congresso Português de Sociologia" uma comunicação intitulada: "Contextos de vivência no bairro do Cerco do Porto: Cenários de pertenças, de afetividades e de simbologias". Aí debruça-se sobre as auto e heteroimagens dos habitantes do Bairro do Cerco, notando que ao confrontarmos os habitantes com a imagem pública do seu próprio Bairro face aos outros bairros de habitação social do Vale de Campanhã e da freguesia de Campanhã, podemos considerar que as representações dos habitantes refletem gradações diversas, consoante o «ambiente social» e «construído» referente a cada bairro em particular. Num pólo positivo, o Bairro do Falcão é classificado como tendo um «ambiente social» «muito bom» e «bom», seguido pelo Bairro de S. Roque da Lameira e pelo Bairro de Contumil, classificados entre o «bom» e o «razoável». Num outro pólo, constituído por apreciações negativas, situam-se o Bairro do Cerco do Porto com um «ambiente social» medíocre, o Bairro do Lagarteiro oscilando ente o «medíocre» e o «mau» e por fim, o Bairro S. João de Deus, assumindo as categorizações de «mau» e de «muito mau». Não deixa de ser significativo observar que na hierarquização dos espaços, os próprios residentes assumem sentimentos de automarginalização, embora o seu próprio Bairro não se situe na posição mais desfavorável no contexto de freguesia de residência9. Importa referir que o Bairro S. João de Deus foi demolido (última fase em 2008) e grande parte da sua população realojada no Bairro do Cerco. Em parte, as representações (auto representações) dos habitantes sobre os bairros que habitam refletem-se no ambiente das escolas.

 

O Bairro do Cerco do Porto foi construído na década de 60. O objetivo primordial da construção deste Bairro Social (e de outros que surgiram posteriormente) foi de albergar famílias oriundas de zonas pobres e degradadas da cidade do Porto, de baixo nível social e cultural, de parcos recursos financeiros e baixas expectativas devido, sobretudo, à existência de desemprego e consequente ausência de projetos de vida, obrigando muitas destas famílias a manter uma luta cerrada pela sobrevivência, arrastando-as, por vezes, para estilos de vida desviantes, provocando a exclusão total no seio da comunidade em que estão inseridos, refletindo-se os efeitos nos seus descendentes.

Nos últimos anos, num enquadramento de crise económica generalizada, os problemas sociais têm vindo a acentuar-se, bem como as vulnerabilidades e riscos envolvidos. Uma grande parte da população vive em condições económicas e socialmente desfavorecidas. Um grande número de agregados familiares vive em situação instável, com empregos precários, com práticas de trabalho atípicas, com um rendimento abaixo do salário mínimo nacional, dependendo de subsídios e do RSI (Rendimento Social de Inserção)10.

Verificam-se elevados índices de exclusão, quer do sistema educativo, quer do mercado de trabalho - fatores estruturantes no desenvolvimento sustentável de qualquer comunidade. As situações de exclusão social decorrem de um processo mais ou menos avançado de acumulação de ruturas várias: ao nível do trabalho, do habitat, da família e, grosso modo, ao nível da participação nos modos de vida dominantes, com a consequente interiorização de identidades desvalorizadas.

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